Uma dúvida que tem sido levantada em Conceição do Mato Dento é sobre a não-eleição dos candidatos Cláudio Zoião (MDB) e Vicente de Capitão (Rede). Os dois postulantes ao cargo de vereador receberam mais votos do que os adversários Rômulo Boy (PSB), Gleicierrez Martins (PP) e Wander do Laim (PP) e Zoião ainda foi mais votado do que Sidinei das Três Barras (Rede).
Então, afinal, por que não foram eleitos? É o que explicamos neste post.
Cláudio Zoião e Vicente de Capitão tiveram maior votação, mas não conquistaram a eleição (Foto: divulgação) |
Partidos são soberanos
Como muita gente já sabe, o fator que influenciou nesse resultado foram os partidos. Essa é a primeira eleição em que não existem coligações entre vereadores, o que deu grande autonomia aos partidos.
O resultado das eleições à vereança depende do número de votos por candidato e pelo famoso quociente eleitoral - o que garante que não necessariamente todos os mais votados serão eleitos, existe uma "cota" para partidos bem votados.
Simplificando em números
A conta do quociente eleitoral é um pouco complexa, mas vamos dar uma simplificada: seria como se para eleger um vereador em Conceição cada partido precisasse de um número próximo de 800 votos.
Ou seja, cada vez que um partido somasse 800 votos, ganhava uma cadeira para o seu vereador mais votado.
O MDB (15) foi o partido mais votado com 3791 votos e dividindo esse número por 800 dá 4,7, ou seja, 4 cadeiras na Câmara para os mais votados. E foram eles: Gilberto do Tabuleiro, Beatriz Madureira, João Marcos e Dayse Picão.
Seguimos a mesma regra para o Rede (18) com 2738 / 800 = 3,4, ou seja, 3 cadeiras na Câmara: Claudinho Ziriguidum, Luiz Oficial e Sidinei das Três Barras.
Como Gleicierrez e Wander venceram?
Pela mesma lógica: os votos do partido! Apesar de Gleicierrez e Wander não terem votos o suficiente para se eleger sozinhos, o partido ajudou. O PP (11) teve três candidatos com mais de 200 votos e cinco com mais de 100 votos somando 1769 votos ao final da conta.
Lembram da nossa regrinha de 800? 1769 / 800 = 2,2, ou seja, 2 cadeiras na Câmara, que vão para os mais votados: Gleicierrez e Wander.
Zoião e Vicente venceriam por outro partido?
A resposta é: sim! Zoião teve 325 votos, Vicente teve 264. Se qualquer um dos dois fosse candidato pelo PP, tomaria a vaga de Wander do Laim. Se os dois fossem do PP, os dois seriam eleitos, excluindo também Gleicierrez.
Zoião também poderia ser eleito se fosse do Rede, já que teve mais votos do que Sidinei das Três Barras e portanto ficaria com essa cadeira.
Qualquer partido da oposição (PSB ou Avante) também elegeria os candidatos, em ambos os casos tirando Rômulo Boy do páreo - já que o PSB foi o partido vencedor com menos votos.
Os dois partidos que perderam
Só dois partidos não conseguiram atingir esse simbólico número de 800 votos que usamos para explicar essa metodologia de votação: o Avante (70) e o PSOL (50).
O Avante conquistou 737 votos, enquanto o PSOL teve apenas 105 com seus dois candidatos. Não existe nenhuma chance de que qualquer candidato desses partidos assumam vagas na Câmara, enquanto os demais, segundo a lei, ainda são suplentes.
Não atingir esse número custou caro para Geraldo Tité, do Avante, que teve apenas 140 votos e assim como Zoião, deixará a Câmara em 2020.
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